Os
procedimentos minimamente invasivos avançam no campo da medicina,
proporcionando mais agilidade e conforto na recuperação dos pacientes. Este é o
caso da Técnica ALIF (Anterior Lumbar Interbody Fusion), utilizada de forma
pioneira em Passo Fundo, durante procedimento realizado no Hospital de Clínicas
no final do mês de fevereiro.
A
equipe responsável pelo procedimento foi composta pelos médicos ortopedistas e
cirurgiões de coluna, Dr. Rodrigo A. Tisot, Dr. Diego Collares e Dr. Matheus
Sallet. O procedimento é considerado minimamente invasivo pois, diferentemente
de outros procedimentos na área, para acessar a coluna, o cirurgião utiliza uma
incisão frontal, abaixo do umbigo.
“Essa
referida técnica cirúrgica aplicada pela equipe de coluna do Hospital
Ortopédico é menos invasiva e causa menor sangramento do que os outros métodos
de artrodese da coluna existentes por via de acesso posterior. O ALIF permite o
acesso à coluna “pela frente” do corpo, por acesso retroperitoneal, não
danificando a musculatura paravertebral lombar. Ele permite discectomia
(remoção do disco intervertebral) mais ampla e um implante com enxerto ósseo
maior, o que favorece uma artrodese mais eficaz, além de proporcionar
possibilidade de aumento da lordose lombar” esclareceu Dr. Rodrigo Tisot.
Entre
os benefícios da utilização da técnica, está a redução da dor pós-operatória,
em comparação com a intervenção cirúrgica tradicional. O procedimento corrige
as deformidades e descomprime as estruturas da coluna, estabilizando as vértebras da área inferior e
substituindo o disco danificado.
“As
cirurgias tradicionais de artrodese via posterior, são realizadas com tempo
cirúrgico prolongado, perda sanguínea muitas vezes elevada, geram mais dor no
período pós-operatório e acabam mantendo o paciente mais tempo acamado, para
controle da queixa álgica, com vários analgésicos. Já no ALIF, quando realizado
de forma isolada, o procedimento é muito mais rápido, a perda sanguínea é
pequena, o paciente não apresenta dor relevante no pós-operatório imediato e,
por isso, poderá sair precocemente da cama.” pontuou o cirurgião ortopédico.
Doenças
como escoliose, pseudartrose (não consolidação de artrodese posterior),
estenose degenerativa, espondilolistese e hérnias discais associadas a outras
patologias degenerativas, por exemplo, podem se beneficiar do uso da Técnica
ALIF, a partir da avaliação do cirurgião de coluna, considerando a evolução da
doença e o estado clínico do paciente.
A
possibilidade de recuperação pós-cirúrgica mais acelerada está correlacionada a
preservação da função muscular, viável a partir do uso da nova técnica. Nestes
casos, muitas vezes, também não há a necessidade de imobilização do paciente.
“O
paciente operado no dia 23/02/2024, saiu da cama para sentar-se em poltrona e
deambular, algumas horas após o procedimento cirúrgico, com mínimo desconforto
local e apto para alta hospitalar precoce. Esta mobilidade precoce ainda
diminui os riscos tromboembólicos pós-operatórios que poderiam ser maiores em
pacientes obesos ou com idade mais acentuada.” finalizou
Dr. Rodrigo Tisot.