O
Dia Nacional de Prevenção da Obesidade é lembrado no dia 11 de outubro e busca
orientar e esclarecer sobre sua prevenção e tratamento adequados para a saúde e
qualidade de vida da população.
A obesidade
é uma doença multifatorial e que está relacionada também a outros problemas de
saúde. “A obesidade aumenta o risco de diversas doenças como: diabetes
mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardíacas, apneia do
sono, esteatose hepática, alterações osteomusculares. Essas patologias acabam
reduzindo o tempo e também a qualidade de vida do paciente.” explica a médica
endocrinologista, membro do corpo clínico do Hospital de Clínicas (HC) de Passo
Fundo, Dra. Paula Stefenon.
A
orientação especializada é fundamental para o sucesso de seu tratamento. “Para
o tratamento adequado o ideal é um acompanhamento multidisciplinar, que além do
médico, o paciente tenha acesso a nutricionista, educador físico e psicólogo.
Sem uma orientação especializada, além de a chance de o resultado não ser o
esperado, corre-se o risco de piorar alguma doença pré-existente, às vezes até
desconhecida para o paciente. Nem todas as medicações servem para todos os
pacientes que buscam perda de peso, por isso é essencial passar por uma
avaliação clínica para identificar qual o tratamento mais indicado para cada
caso.” enfatiza.
Obesidade
na infância
A
estimativa do Ministério da Saúde é de que 6,4 milhões de crianças brasileiras estejam
acima do peso. A endocrinologista relaciona quais hábitos podem ser associados
a este índice.
“A
obesidade vinha já aumentando, mas após a pandemia tivemos um crescimento muito
mais expressivo, principalmente na infância. O fato de as crianças estarem cada
vez menos ativas fisicamente em decorrência dos nossos hábitos modernos (tempo
excessivo de telas, dificuldade de acesso para atividade física e mesmo o
perigo das ruas para poder brincar fora de casa) associado a uma
ingestão de alimentos ultraprocessados como preferência no lugar de
frutas e vegetais são um dos pilares mais importantes para essa epidemia do
aumento da obesidade.” esclarece Dra. Paula.
O
tratamento da obesidade não objetiva apenas a perda de peso, mas também a
melhoria da qualidade de vida e de fatores de risco associados a outras
doenças. “É importante destacar que mesmo que o tratamento não leve a
normalização do índice de massa corpórea, mesmo reduções de 5-10% do peso do
paciente já trazem benefícios enormes a saúde, reduzindo o risco das doenças
associadas. Então é importante não desanimar se não perder todo o peso desejado
num curto período, pois mesmo reduções não tão grandes de peso já melhorar
saúde e qualidade de vida”. finaliza Dra. Paula Stefenon.
Colaboração:
Dra. Paula Stefenon, médica endocrinologista, membro do corpo clínico do HCPF.